Sindrome de passarinho de gaiola

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." João 8:32
O Pintor em minha janela costuma me alegrar pintando passarinhos variados, ao menos dentro da variedade possível de ser encontrada no centro da cidade. Antigamente eram bem menos os tipos que voavam em meio às casas e prédios, geralmente restritos aos pardais e pombas. Mas com a criminalização da caça, as aves voltaram e agora vejo pássaros como o Ben-te-vi da foto fazendo uma embaixada e exibindo seu controle de bola.

A foto não é minha e nem de minha janela, é de Vanessa Freitas, que mora com o marido e os filhos numa chácara onde o Pintor pode usar uma variedade maior de cores na janela da casa deles. A beleza dos pássaros que ela fotografa está na falta de arames, telas e grades, como normalmente vemos nas gaiolas, viveiros e zoológicos. Os pássaros estão livres para viver e voar.

Mas o que isso tem a ver com a "síndrome do passarinho de gaiola" que coloquei no título? Tudo a ver, quando se compara pássaros soltos e presos. Não entendo muito de pássaros, mas acredito que um passarinho nascido em cativeiro pode não sobreviver se for solto. Talvez ele ache que o gavião seja apenas um irmão maior e acabe voando direto para o aconchego de suas asas, acabando no aconchego de seu papo.



Existem pessoas assim, que não sabem viver fora da gaiola e algumas até temem a liberdade. Uma vez evangelizei um rapaz que seguia filosofias e gurus dos mais variados. Passávamos horas conversando e falei tudo o que podia falar a ele da salvação pela fé em Jesus. Por fim, sua sinceridade me surpreendeu, quando disse: "Eu sei que tudo isso é verdade, mas não é essa verdade que estou procurando".

Também conheci um irmão em Cristo, membro de uma tradicional denominação protestante, com o qual conversei bastante sobre a liberdade de poder congregar somente ao nome de Jesus, livre das amarras e dos atrativos de uma denominação com templos, pastores, dízimos, regras, corais etc. Sua resposta foi igualmente sincera: "Eu sei que Jesus mandou que congregássemos somente ao seu nome, mas eu me sinto enfraquecido se não tiver toda a estrutura denominacional por trás de minha vida cristã".

Uma terceira pessoa, também irmã em Cristo, me confidenciou, após ter abandonado sua denominação para congregar somente ao nome do Senhor: "A princípio não gostei nem um pouco de meu marido ter abandonado a congregação, pois lá éramos ensinados que se alguém cometer adultério está perdido para sempre sem possibilidade de perdão. Então eu tinha medo de que se meu marido vivesse sem esse medo de ir para o inferno ele poderia me trair".

O que era comum a essas pessoas era uma espécie de "síndrome do passarinho de gaiola", alguém que não sabe o que fazer com a liberdade, caso esta lhe seja oferecida. E você, se descobrir que a portinha da gaiola está só encostada, irá sair ou não?

"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão... Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade... Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade... Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra." (Gl 5:1, 13; 1 Co 3:17; Rm 6:22; 7:6).

(Fotos Vanessa Freitas)

Postagens populares