O ferrao da morte


Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 1 Coríntios 15:55

A morte é um elemento estranho na criação de Deus. Todos sabemos disso, todos sentimos isso. Não nos conformamos com ela, parece algo que não deveria ter lugar neste mundo. Mas ela está aí, por todo lado, em nós e ao nosso redor.

Por mais que eu cuide de minha saúde, faça exercícios e tome vitaminas, a degradação do meu corpo é evidente. A morte é o epílogo desse processo e a grande diferença fica para o que vem depois.

O apóstolo Paulo escreveu que "se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens". (1 Co 15:19). Infelizmente é o que a grande maioria dos cristãos busca: Cristo para esta vida.

Você os encontra em multidões, lotando templos e canais de TV onde pregadores oferecem prosperidade material, saúde sem fim e a solução de qualquer problema sentimental. Desde que, obviamente, o bolso seja aberto de forma liberal. Tudo para o aqui e agora.

Mas será que Cristo é apenas para os míseros poucos anos que passamos aqui? Se for, "somos os mais miseráveis de todos os homens" e "que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam?". Se a melhor parte for aqui, é melhor viver como vivem os pagãos: "Comamos e bebamos, que amanhã morreremos". (1 Co 15:32).

Minha mãe, cujo endereço hoje é no céu, costumava dizer que se a vida aqui fosse boa ninguém iria querer se mudar para lá. Apenas a ilusão pode fechar os olhos para todo o sofrimento e miséria desta vida, por isso o que vem depois é o que importa.

Felizmente a ressurreição é um fato e os corpos daqueles que crêem em Cristo serão transformados e ressuscitarão, assim como Ele ressuscitou. E a morte, essa sombra nefasta que nos acompanha enquanto andamos aqui?

Ainda que possamos recear a dor e o sofrimento que antecede o colapso do corpo, a morte -- o fim da vida como a conhecemos -- já não aterroriza aquele que crê. Por que? Porque seu ferrão -- ou aguilhão -- foi de uma vez por todas cravado em Cristo lá na cruz.

Se eu for picado por uma abelha ela deixará de causar dano a quem quer que seja, pois seu ferrão ficará cravado em mim. A abelha morre depois. Do mesmo modo, para a pergunta "Onde está, ó morte, o teu aguilhão?", a resposta é: em Cristo. E Ele nos livrou desse aguilhão.

Escuridao de tempestade


Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Êxodo 10:22

O Pintor mostra um quadro tenebroso em minha janela. Nuvens espessas começam a descer sobre a cidade como um manto aterrador, trazendo trevas que são prenúncio de tempestade.

Quando o povo de Israel sofria como escravos no Egito, Deus trouxe trevas sobre aquela terra. Trevas tão densas que as pessoas nem sequer podiam sair de suas casas. Apenas nas casas dos israelitas havia luz. E depois de Faraó ter ignorado os avisos de Deus e endurecido seu próprio coração tantas vezes para não se sujeitar a Deus e deixar partir o povo, é Deus quem endurece o coração de Faraó. Agora não haveria outra chance.

"O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não os quis deixar ir". Êxodo 10:27

Um manto de trevas cobre pouco a pouco o mundo. Duvida? Abra os jornais. Onde estão as previsões otimistas de vinte, trinta ou cinqüenta anos atrás, quando diziam que o mundo seria um lugar melhor?

A ciência fez maravilhas, o homem conquistou o espaço, a tecnologia nos surpreende todos os dias. Mas o ser humano continua em sua senda de horrores. Como o homem foi desde sua queda, assim será sempre, a menos que seja transformado pelo poder da Palavra de Deus e receba uma nova vida e salvação pela fé em Jesus, o Substituto morto na cruz do Calvário.

À medida que o tempo passa as trevas irão ficando cada vez mais densas a ponto de ser difícil distinguir a luz. Pois até mesmo aqueles que deviam ser luzeiros neste mundo brilharão cada vez menos, refletirão cada vez menos a verdadeira Luz do mundo, como a Lua reflete a luz do Sol, até a hora em que serão tirados do mundo em um arrebatamento secreto.

Então o Espírito Santo também partirá daqui com a Igreja e só ficarão duas classes de pessoas: aquelas que ouviram o Evangelho da graça de Deus e o desprezaram, para os quais não haverá nova chance, e as que nunca ouviram e ainda poderão se converter.

Se você já ouviu o Evangelho e não se decidiu por Cristo poderá estar entre os que terão seus corações endurecidos pelo próprio Deus para darem crédito à mentira. Deus fez assim uma vez, com faraó e seu povo, e fará outra vez com todos os que desprezaram a salvação que ainda está sendo graciosamente oferecida.

"Esse iníquo [Anticristo] cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça". 2 Tessalonicenses 2:9-12

Fica comigo, Senhor


Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles... Lucas 24:29


O sol se põe na pintura em minha janela. Mais um dia termina e a luz vai se apagando. Aqui e ali começo a ver que as pessoas acendem as luzes nas janelas das casas e apartamentos, mas nenhuma delas se compara ao sol que sumiu no horizonte.

Foi inevitável recordar a passagem em Eclesiastes 12 que fala da proximidade da morte:

"Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade... antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas... no dia em que... se escurecerem os que olham pelas janelas".

Ouvi no rádio uma interessante entrevista com o médico Drauzio Varella. Ele contava da mudança que ocorre com a idade, quando deixamos de achar que a vida dura para sempre, como fazem os jovens, e nos deparamos com a realidade da morte.

É claro que a morte é um terror que assombra o ser humano há milênios, mas para aquele que crê em Cristo ela é uma serva que apenas o transporta à presença de seu Salvador. Paulo, o apóstolo, dizia estar num dilema, pois se por um lado queria ficar, por outro queria partir, porque estar com Cristo seria muito melhor.

Você se lembra de quando era criança, quando o terror o assaltava na hora de dormir e, com medo do escuro e dos sonhos que poderiam fazer disparar seu pequeno coração? Você pedia, quase suplicava:

- Fica comigo, mamãe...

Quando o dia da vida declina, quando já é tarde, a melancolia, o temor e o terror podem assaltar seu coração, se você for mais um que irá partir daqui sem companhia. A menos que Jesus entre para ficar.

"E entrou para ficar com eles..." Lucas 24:29

Eu quis...



Quantas vezes quis eu... e não quiseste? Luc 13:34

Como sempre o Pintor reservava uma surpresa em minha janela. Sua obra é antiga, mas se renova todos os dias, a cada manhã, a cada gota de chuva. Quem poderia se igualar a Ele? Ninguém. Quem poderia duvidar dEle? Eu e você, assim como Israel duvidou.

O povo que Deus chamou de "menina dos olhos" tem uma história dramática de sofrimento e dor. Hoje é uma ilha, cercada de inimigos de todos os lados, todos querendo sua destruição. Conseguirão prevalecer? Sozinhos não. Mas foi este o caminho que aquele povo escolheu e depois confirmou ao rechaçar seu Rei.

O Senhor Jesus quis cuidar de Jerusalém, todavia Jerusalém não quis. Pensou que não precisava dos seus cuidados, que saberia se virar sozinha, que podia confiar em seus muros. As calçadas de pedra que hoje recebem peregrinos de todo o mundo foram banhadas com o sangue da população no ano 70, quando Roma subjugou Jerusalém. Não foi a primeira vez e não será a última.

O Senhor quis, mas eles não quiseram. O Senhor hoje quer cuidar de cada um daqueles que são o Seu povo celestial, mas será que queremos? Colocar-se sob os cuidados do Senhor implica em renunciar a vontade própria, em considerar Sua vontade soberana e confiar que Ele tem sempre o melhor para mim e para você.

Mas a vontade dEle não está às nossas ordens, como uma vez ouvi alguém dizer: "Se Deus quiser... e Ele quer...", ao referir-se a questões corriqueiras de negócios. Que insolência! Como podemos afirmar que Deus quer só porque queremos? Não é esta a ordem das coisas. Ele quer primeiro. A nós cabe acatar Sua vontade, a melhor vontade.

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus". Rom 12:2

Uma andorinha sozinha...

uma andorinha sozinha não faz verão
Olha para mim, e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito. Salmo 25:16

Você sabe o resto do ditado... não faz verão. E foi este o quadro que encontrei em minha janela esta manhã: uma andorinha sozinha, incapaz de escapar por não entender que o vidro, embora transparente, a faz prisioneira.

Todos os anos estas andorinhas descem do Canadá como imensas nuvens e vêm passar férias em minha cidade. À noite árvores, fios e antenas ficam repletos destes pequenos pássaros e, pela manhã, sua revoada partindo em busca de comida é um espetáculo à parte. Elas voam juntas como se fossem uma.

Esta, porém, está solitária. Perdeu-se, entrou pela janela do quarto e ficou presa. Sozinha. Sem entender como pode estar presa se não há nada entre ela e o céu azul. O vidro é transparente, porém intransponível. A menos que alguém a ajude, não conseguirá escapar da solidão.

Creio que uma das coisas que mais afligem o ser humano hoje é a solidão. Apesar de estarem cercadas de tanta gente e terem acesso a tantos meios de comunicação, nunca as pessoas se sentiram tão solitárias. Por que nos sentimos sós?

Existe uma solidão de Deus em nosso coração. Uma lacuna, um abismo intransponível, um vidro invisível que não nos deixa alcançar o céu azul. A separação não é entre pessoas e pessoas, mas entre o ser humano e seu Criador. Nada pode substituir tal companhia, nada pode satisfazer tanto quanto a intimidade com Deus.

Para o homem que ainda vaga distante de Deus, o primeiro passo é a salvação, a fé nAquele que um dia ficou só numa cruz, sofrendo ali pelos pecados dos injustos. "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". João 12:24

Para aquele que já conhece a salvação, a cura para a solidão está na comunhão.

"Se a Tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar". Êxodo 33:15

Rosa e azul



Não queremos que este reine sobre nós. Lucas 19.14

O quadro em minha janela é um prenúncio de que tudo será cor-de-rosa e azul. Será? O quadro revela bem como o Pintor gostaria que as coisas fossem neste mundo. Cor-de-rosa e tudo azul. Mas não é assim que tem sido.

Então devemos nos esforçar para tornar este mundo um lugar melhor, certo? Errado. Este mundo nunca será um lugar melhor pelo esforço do homem. É certo que cada um deve fazer o melhor de si, mas ninguém se engane quanto ao que está reservado para este mundo. Nem toda tinta cor-de-rosa e azul que possamos utilizar irá mudar isso.

Todavia o Pintor mostra, no quadro, a paciência com a qual o ser humano tem sido tratado neste mundo. O mesmo ser humano que um dia pregou o Filho de Deus numa cruz, depois de persegui-lo e humilhá-lo. O que Deus fará com um mundo que rejeitou a Seu Filho? Dará um mundo melhor para pessoas assim?

"Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno". "Porque não são do mundo, como Eu não sou do mundo" "Não rogo pelo mundo" "Não perdoou o mundo antigo, mas guardou a Noé...". "Os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo... " (1 Jo 5:19; 2 Pd 3 Jo 17.14 Jo 17.9 2 Pd 2.5)

O mesmo céu cor-de-rosa e azul do quadro em minha janela está reservado para o fogo, assim como a terra habitada pela ingratidão humana. Você ainda acredita que este mundo pode ser melhorado? Como, se o próprio Deus foi expulso dele por Suas criaturas que não queriam que Ele reinasse?

"Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" 2 Pd 2.5

Lar, Doce Lar



Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao seu tribunal! Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos. Jó 23: 3, 4

O quadro em minha janela é a fachada do edifício onde moro. É o máximo de fachada que consigo enxergar, olhando da sacada de meu apartamento para o alto. O lugar onde moro é meu lar, o lugar para onde retorno após as viagens, o lugar onde sei que vou encontrar refúgio. É por isso que na porta há um quadrinho que diz: "Lar, Doce Lar".

Em seu desespero, Jó não roga a Deus que restaure sua saúde, que faça seus filhos voltarem do túmulo e suas riquezas serem devolvidas pelos ladrões. Ele roga que Deus revele onde está para Jó correr para Ele. Jó tem certeza de que Deus o ouviria. Esta é a característica do que crê. "Ele me daria ouvidos".

O que faz, na hora da angústia, o homem que não conhece a Deus? Foge dEle, como fizeram Adão e Eva; rebela-se contra Ele, nega Sua existência. O último lugar onde o ser humano gostaria de estar é na presença de Deus. Mas é sob as asas do Altíssimo que Jó gostaria de se esconder naquela hora.

Seus melhores amigos estão ali o acusando de viver em pecado. Não era verdade. Não era por causa de pecados que Jó caíra em desgraça. Deus afirma isto no primeiro capítulo. Seus três amigos estavam indo muito bem até decidirem abrir a boca. Jó conhecia a Deus. Seus amigos não.

Os amigos argumentam com base na experiência pessoal (Elifaz: Jó 4:8 - "Segundo eu tenho visto"), na tradição dos homens (Bildade: Jó 8:8 - "Indaga, pois, eu te peço, da geração passada, e considera o que seus pais descobriram") e na religião convencional, que é a tentativa de auto-aperfeiçoamento para ser aceito por Deus (Sofar: Jó 11:13 - "Se tu preparares o teu coração, e estenderes as mãos para Ele").

Para quem você corre na angústia? Para a experiência humana, para a tradição, para a religião ou para os braços do Salvador? Jó, apesar de suas muitas falhas, sabia que podia encontrar refúgio na presença de Deus.

O que encontramos quando nos refugiamos na presença de Deus? O mesmo que encontrou a mulher adúltera nos evangelhos, a única que ficou na presença do Senhor depois que todos os seus acusadores fugiram. Foi a única que ouviu da boca do Salvador as palavras: "Nem eu te condeno".

De gota em gota



Não os expulsarei num só ano, para que a terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra ti. Pouco a pouco os lançarei de diante de ti... Êxodo 23:29, 30

O Pintor deixou um quadro curioso em minha janela. São gotas de uma chuva rápida enfeitando o vidro, pequeninas, frágeis, aparentemente sem grande importância. Só aparentemente, porque se não fosse por essas pequenas gotas nós não poderíamos viver neste planeta.

Deus havia preparado uma terra para o Seu povo, porém ela não estava totalmente vazia e nem pronta para eles habitarem nela. Havia inimigos morando ali, os quais Deus pretendia expulsar pouco a pouco, de gota em gota. Sábio Ele é.

Se expulsasse a todos de uma só vez, como provavelmente o povo de Israel queria, logo a terra se tornaria selvagem, cheia de animais ferozes e coberta de mato. O problema resolvido rapidamente traria problemas mais sérios.

Mas se fosse pouco a pouco, de gota em gota, lentamente, no compasso determinado por Deus, eles poderiam ter aquilo que desejavam com menor dificuldade. Desde que tivessem paciência para esperar.

Quantas vezes gostaríamos que Deus eliminasse de vez todos os nossos problemas e não vemos isso acontecer... Mas, se Deus os expulsasse todos de uma vez, quais seriam as conseqüências disso? Eu não sei, mas Ele sabe.

Como Ele faz com a chuva, que rega a terra e traz abundância de frutos, Deus costuma agir de gota em gota. A chuva não é menos eficaz pelo fato de vir de gota em gota. Assim são as pequeninas gotas de bênção e misericórdia que vemos cair em nosso dia-a-dia - às vezes nem vemos - vindas da mão de Deus. Ele sabe o que aconteceria se derramasse uma enxurrada de soluções do modo como gostaríamos que fosse.

Ainda bem que esta chuva veio em gotas, pequeninas, frágeis e aparentemente sem grande importância. Se fosse diferente, o vidro de minha janela não teria suportado o impacto.

Presos!



Porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão
presos. 2 Timóteo 2:26

Hoje é o bichinho de pelúcia de meu filho que está na janela. Acabou de tomar um banho e está ali, pendurado pelas orelhas para secar. A imagem e a situação podem parecer ridículas, mas existe um paralelo com o ser humano.

Fala-se muito em liberdade hoje em dia. A idéia corrente de liberdade é que livre é aquele que faz sua própria vontade, porém o que Deus diz em Sua Palavra sobre essa forma de liberdade?

"Andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também." Efésios 2:2, 3

O versículo fala da condição de pessoas antes de sua conversão: fazendo a própria vontade e sendo, por natureza, filhos da ira. Não preciso explicar a você a quem se refere a expressão "príncipe das potestades do ar...", esse espírito que age nos filhos da desobediência, não é mesmo?

Pois é. Quando achamos que somos livres estamos, na verdade, presos pelas orelhas ao inimigo de Deus e nosso inimigo também. O caminho para o traficante vender mais suas drogas é fazer seu cliente pensar que está no controle, que pode parar quando quiser. Não pode. A mesma droga que lhe dá a sensação momentânea de liberdade e prazer é o que o escraviza. Assim é no mundo espiritual.

Quando Deus permitiu que seu filho fosse feito prisioneiro e depois ficasse pregado numa cruz, sofrendo o juízo que nós merecíamos, Ele quis nos libertar nas garras de Satanás e até mesmo de nossa própria vontade. A verdadeira liberdade é aquela que não está presa à vontade-própria, mas que é livre o suficiente para se deixar guiar por Deus. "O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor". Colossenses 1:13

Uma ave esteve aqui


“Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos.” Salmos 77:12

Quando vi uma pena de pássaro no peitoril da janela de meu apartamento concluí que um pássaro havia passado por ali. Ou talvez ela tivesse se desprendido de sua asa durante o voo, vindo pousar suavemente em minha janela. Sem ruído, sem estardalhaço. Simplesmente pousou ali. Não vi como foi que aconteceu, mas pelo que agora sei posso crer que tenha sido assim.
A fé do cristão não é baseada naquilo que vê, embora ele possa ter às vezes evidências que ajudem a crer naquilo que não vê. A fé do cristão é baseada no testemunho que Deus deu, primeiro de sua Criação, e depois de seu Filho vindo ao mundo salvar pecadores.
As grandes obras de Deus no passado hoje repousam silenciosamente em minha Bíblia. Sem ruído, sem estardalhaço. São pequenas letrinhas que me ajudam a conhecer o que Deus fez, como se fossem pequeninas penas negras de tinta pousadas nas páginas brancas de minha Bíblia. Então hoje, distante no tempo da época quando aquelas coisas ocorreram, eu posso olhar para as letras gravadas pela pena de Deus, crer e descansar.
O salmista Asafe clamou a Deus em um momento de aflição, e profeticamente indicando os sofrimentos e inquietações de Jesus diante da obra que precisaria consumar. “No dia da minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite, e não cessava; a minha alma recusava ser consolada.” (Sl 77:2). Ele se sentia abandonado por Deus. Parecia que a sombra de sua amorosa mão já não podia protegê-lo do causticante sol deste mundo deserto.
Então o salmista recorre à lembrança do que Deus havia feito no passado, de seus grandes feitos para com o seu povo Israel, de como o seu poder lhes tinha tirado do Egito, redimindo-os da escravidão e guiando-os pelo deserto até sua morada prometida. Tudo isso Deus tinha feito, e ainda que de tudo aquilo nem uma pena pequenina restasse, mesmo assim o salmista sabia que podia crer.
Se Asafe tinha apenas a redenção do povo de Israel do Egito, quanto mais temos nós, os que cremos em Jesus? Redimidos da escravidão do pecado e da morte e destinados ao céu, quantas razões mais temos nós — quantas penas de evidência! — para crer que Deus não nos abandona. Deus fez uma grande obra para me salvar, e agora faz uma grande obra para me manter assim. Ainda que às vezes eu só enxergue uma pequena pena caída em minha janela.
Seu amor no passado não me permite pensar,
Que ele irá no presente me deixar afundar,
Pois cada feito seu, qual um marco eu vejo,
Confirmando seu amor e o Seu bom desejo.

—— o ——

Sobreexcelente grandeza


"E qual a sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder, Que manifestou em Cristo, ressuscitando-O dentre os mortos, e pondo-O à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro". Efésios 1:19-21

O maior poder já manifestado por Deus aqui neste mundo foi a ressurreição de Cristo. "A sobreexcelente grandeza do Seu poder... a operação da força do Seu poder... ressuscitando-O".

No capítulo 2 de Filipenses Cristo desce 7 passos, da glória de ser em forma de Deus até a morte de cruz: "[1]em forma de Deus... [2]esvaziou-se... [3]forma de servo... [4]semelhante aos homens... [5]humilhou-Se... [6]sendo obediente até à morte... [7]e morte de cruz".

Mas no mesmo capítulo Deus O exalta, trazendo-O 7 passos de volta ao exercer a "sobreescelente grandeza do Seu poder": "[1]O exaltou soberanamente... [2]um nome que é sobre todo o nome... [3]se dobre todo o joelho dos que estão nos céus... [4]e na terra... [5]e debaixo da terra... [6]toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor... [7]para glória de Deus Pai".

Foi este poder de sobreexcelente grandeza que também nos resgatou do pecado e da morte e nos transportou para o Reino do Filho do Seu amor. Existe lugar melhor?

Foi na cruz


“E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces.” Êxodo 15:25
Da janela de meu escritório vejo um quadro de postes, transformadores, fios e isolantes marcados pelo tempo e pela poeira. São muito úteis, pois transportam a eletricidade que faz minha vida confortável. Porém visualmente eles só servem para deixar a paisagem mais feia e triste. São verdadeiros intrusos na tela, não fazem parte da obra do Pintor em minha janela, mas de homens. Não deveriam estar ali, mas estão.
Os postes que vejo da janela são de concreto, mas sou de uma época quando postes eram de ferro ou madeira. Em frente à minha casa havia um de ferro, feito com trilho de trem, com o qual costumávamos brincar. Uma criança segurava nele, dava a mão para outra criança, e mais outra, até a última tocar a grade de ferro do portão. O choque era nossa diversão e mostrava quem era valente e quem não.
Nos anos oitenta conheci um poste em Alto Paraíso, Goiás, que era único. Ficava na rua principal, bem em frente ao pequeno hotel da cidade e, como todos os outros postes da rua, segurava os fios no topo, porém tinha galhos, folhas e flores. Era um poste, cuja madeira tinha sido devidamente descascada e aparelhada para formar uma viga com cantos vivos, mas quem derrubou a árvore não conseguiu matar o Ipê que havia nela. Uma vez fincado no chão, criou raízes e a árvore voltou à vida.
A princípio pensei que fosse uma árvore que já existia ali e tinha sido aproveitada para segurar os fios da rua, mas não. O poste tinha vindo de um lugar distante já em seu formato talhado, só que verde o suficiente para voltar a brotar. Ele continuou dando flores no seu tempo, enfeitando a rua e surpreendendo os moradores e visitantes da cidade.
Um poste assim foi fincado há dois mil anos fora da cidade de Jerusalém. Não serviu para segurar fios ou pendurar lâmpadas. Era um poste para matar. Um Homem, com as mãos pregadas numa outra viga, foi içado até o seu alto e as duas madeiras unidas lá em cima, em forma de cruz. Ao contrário do poste metálico de minha infância, aquele Homem não receberia um choque divertido, mas toda a descarga da ira e do juízo divino contra o pecado da humanidade. Ali Jesus se colocou entre Deus e os homens, para que todo aquele que nele viesse a crer ficasse livre da descarga do juízo de Deus.
À semelhança do poste na rua principal de Alto Paraíso, a obra consumada naquele feio madeiro fincado no Monte da Caveira há dois mil anos floresceu e até hoje traz salvação eterna para aquele que crê em Jesus. Daquele lugar de dor e morte literalmente saiu vida, e vida abundante.  
Oh ! que grande prazer inundou o meu ser,
Conhecendo este tão grande amor.
Que levou meu Jesus a sofrer lá na cruz
Prá salvar um tão pobre pecador.
Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi,
Meu pecado castigado em Jesus.
Foi ali pela fé, que meus olhos abri,
E eu agora me alegro em sua luz.
Extraído do hino“Foi na Cruz”, por Isaac Watts (1674-1748), Ralph E. Hudson (1843-1901), Henry M. Wright (1849-1931)

—— o ——

Nao, Deus!


Disse o néscio no seu coração: Não Deus. Salmo 14:1
Você já mergulhou no fundo de uma piscina e olhou para cima? O sol passando pela água agitada cria uma superfície que parece coisa de outro planeta, com ondulações brancas, azuis e douradas pela luz do sol. Assim estava o céu quando olhei pela janela esta manhã pouco antes do nascer do sol. Ao olhar para o quadro que o Pintor deixou em minha janela não posso deixar de exclamar: — Só mesmo um néscio, tolo ou louco, ou tudo isso junto, poderia dizer que não há Deus!

É verdade. São tantas as manifestações de Sua glória e poder na natureza que muitos cientistas hoje admitem que a coisa toda é complexa e perfeita demais para simplesmente ter aparecido assim, sem um projeto inicial e sem um Criador. A simples ideia de tudo ter tido um início, que alguns chamam de Big-Bang, já implica a necessidade de um elemento gerador desse início e também da matéria ou energia envolvidas nisso.
Obviamente se tudo surgiu do nada nem é preciso ser muito inteligente para saber que do nada é impossível surgir tudo. A menos que estejamos falando de Deus e da ação de sua Palavra criadora. “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” (Hebreus 11:3).
O versículo “Disse o néscio no seu coração: Não [há] Deus.” (Salmo 14:1) não fala especificamente de ateus, como eu mesmo pensei durante muito tempo. Em minha Bíblia o verbo ‘haver’ está em itálico, o que significa que a palavra não consta do texto original e o tradutor a introduziu ali para fazer sentido ou criar um texto mais fluido. Por isso a frase pode ser lida do modo como creio ter sido sua intenção original: “Disse o néscio no seu coração: Não, Deus!. Percebe as implicações disto?
Muitos acreditam na existência de um Deus Criador, mas ainda assim vivem dizendo não a ele “Não, Deus!”, quando deveriam fazer a sua vontade; “Não, Deus!” para fugir do seu amor; “Não Deus!” na hora de escolher suas prioridades.
O versículo fica muito mais amplo quando visto desta forma, mesmo porque todas as pessoas já nascem com a consciência da existência de um Criador. Isto faz parte da urdidura do tecido de que todos os seres humanos são feitos. O ser humano nasce com conhecimento de Deus, mas só depois usa da razão para se tornar ateu.
Eclesiastes 3:11 diz que Deus “tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”. O que você vai fazer com a noção de eternidade que Deus colocou em seu coração? Saiba que isso não é um conceito apenas, mas a percepção de uma realidade costurada bem ali em seu coração para você saber que sua existência não é mero acidente de moléculas, mas algo cuidadosamente planejado.
Achei interessante o que disse um palestrante há poucos dias, quando se referiu a um cliente que lhe pediu para não mencionar “Deus” em sua palestra, alegando que na plateia haveria muitos ateus.
Ateus?! — exclamou o palestrante para o cliente — Não existem ateus. Sabe o que aconteceria se caísse um avião cheio de ateus? As últimas palavras que as autoridades escutariam na gravação da caixa preta do avião seriam: “Meu Deus! Meu Deus!”.

Pombas


Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Cantares 1:15

Desta vez o Pintor me surpreendeu com uma nova obra, não em minha janela, mas do lado de dentro da janela. Ouvi um ruído no banheiro e fui ver. Havia uma pomba lá, despreocupadamente pousada sobre o vidro do box.

O que chamou minha atenção foi sua fragilidade e também sua mansidão. Ao contrário de outros pássaros que às vezes entram em casa e ficam apavorados, voando e batendo nas paredes, a pomba estava quieta e mansa. Como uma pomba. Não é à toa que, na Bíblia, ela é usada como símbolo de paz, pureza e mansidão.

Por seis vezes a figura da pomba é usada no livro de Cantares. Cinco vezes o Noivo a utiliza para descrever a noiva. Da única vez em que a noiva se vale da figura de uma pomba, ela repete o que o Noivo disse dela ao falar de seus olhos. Ambos comparam os olhos do objeto amado aos de uma pomba.

O Senhor disse que os olhos são a janela da alma. Disse também que se os olhos forem simples, todo o corpo será bom. Acredito que é com olhos assim que devemos ver o Senhor, porque é com olhos assim que Ele enxerga aqueles que comprou para Si com seu sangue precioso. Olhos de uma pomba. Pacíficos, puros e mansos.

O que aconteceu com a pomba no banheiro? Ela não se assustou comigo, mesmo quando me aproximei e abri um pouco mais o vidro da janela para que pudesse sair voando. Pacífica, pura e mansamente.

Atraves do vidro



Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 1 Timóteo 6:10

Li uma história de um velho rabino que recebeu a visita de um homem que não era feliz. O rabino, que sabia que o homem era muito rico, percebeu logo qual era o seu problema. Convidou-o a olhar através do vidro da janela e dizer o que via.

— Vejo pessoas — disse ele, olhando para a rua movimentada atrás do vidro.

Agora venha até aqui. — pediu o rabino apontando para um espelho na parede. — E agora, o que vê?

— Vejo eu mesmo. — respondeu o homem sem entender direito o que fazia.

— Sabe a diferença entre o vidro do espelho e o da janela? Um pouco de prata. — explicou o rabino.

O problema da infelicidade do homem era o dinheiro, que não o deixava enxergar as pessoas. O problema nosso pode ser o mesmo ou qualquer outra coisa que nos faça enxergar apenas a nós mesmos, nossos desejos e interesses.

Você encontra nos evangelhos pobres e ricos que seguiram a Jesus, mas Ele se entristeceu quando encontrou um jovem rico que tinha em sua riqueza a razão de sua vida. Ao contrário do que muitos pensam, não é o dinheiro a raiz de muitos males, mas o amor ao dinheiro.

Muitas pessoas têm como objetivo na vida ficarem ricos. Esse é o objetivo mais pobre que alguém pode ter, porque só dura uma vida. Já viu alguém, no leito de morte, arrependido por não ter ganhado mais dinheiro?

Busque um objetivo ou um significado na vida que não seja bloqueado pelo amor ao dinheiro, que faz com que você enxergue só a si mesmo, como a fina tinta de prata aplicada ao vidro quando o transforma em espelho, impedindo que veja o que existe além.

Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis. 2 Coríntios 8:9


Já pensou o que seria de nós se Cristo preferisse cuidar de Seus próprios interesses?
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:5-11

Despedacado



Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? Salmo 8:3, 4


Cada quadro do céu, das nuvens e das estrelas que o Pintor deixa em minha janela só fazem pensar o quão diminuto é o ser humano diante de tanta glória e majestade de Sua criação. Se o homem fosse apenas pequenino — uma poeira cósmica — comparado à imensidão do universo, ainda podíamos pensar que havia uma esperança de Deus olhar para ele.

Mas não, além de sua pequenez, o ser humano foi despedaçado pelo pecado, transformado numa caricatura nua como o manequim em pedaços que vejo da janela de meu apartamento. Deve ser mais ou menos assim que Deus nos vê. O que poderia fazer algo tão quebrado e insignificante despertar a atenção do Criador? Seu amor.

Não o meu ou o seu amor, mas o amor dEle. Deus olhou para mim e Se compadeceu. Viu minha condição e quis me salvar. Percebeu minha nudez, minha incapacidade, largado à própria sorte sob as intempéries da vida e resolveu me dar vida, e vida eterna.

Olhe outra vez para aquele manequim. Existe tanta esperança de ele se recompor, sair da chuva onde o vi e se vestir sozinho, como existe esperança para criaturas como eu e você sairmos de nossa condição de ruína. Você pode ler todos os livros de auto-ajuda em alto e bom som para aquele manequim e nada vai acontecer. Ele não pode ajudar a si próprio. Eu não posso ajudar a mim mesmo.

Por isso Deus enviou um Salvador.
Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.Jeremias 13:23

Entre nuvens


Vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Atos 1:9


O quadro em minha janela é majestoso, como da última vez em que os discípulos viram a Jesus — entre nuvens. Ele tinha ressuscitado algum tempo antes e estava se despedindo deles quando foi elevado às alturas entre nuvens. Foi a última visão dEle que os homens tiveram. Mas não todos os homens.

Apenas discípulos puderam vê-Lo depois que ressuscitou. Os outros O viram pela última vez quando foi colocado, morto, numa tumba. Aos incrédulos não foi dado o privilégio de verem a Jesus ressuscitado, tampouco de vê-Lo subindo entre nuvens. Mas a cena da despedida continua.
E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. Atos 1:10, 11

Esses "dois homens vestidos de branco" eram certamente anjos, avisando a respeito de duas coisas. Primeiro, que Ele voltaria a princípio apenas para pessoas da mesma classe daquelas que O viram subir — aos que creram — da mesma forma como havia partido: entre nuvens.

Segundo, que seria "esse Jesus", ou "o mesmo Jesus", como diz em outra versão. O mesmo Jesus. Ninguém devia esperar que um anjo ou qualquer outra criatura viesse buscá-los. O mesmo Jesus viria, entre nuvens. Depois eles, por intermédio da revelação feita ao apóstolo Paulo, conheceriam mais detalhes de como isso se daria.
Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 4:16-18

Se você tivesse vivido na época de Jesus, estaria entre os que O viram depois de ressuscitado? Teria visto Ele partir entre nuvens? E hoje, é esse mesmo Jesus que você espera? E é a esperança de ir encontrá-lo "nas nuvens" que traz consolo ao seu coração?

Quietos



O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Salmo 23:1, 2


Todo mundo gosta do Salmo 23, assim como todos nós gostamos de um lindo nascer ou por do sol, como alguns quadros do Pintor que já coloquei aqui. Mas que beleza pode ter o quadro de hoje? Paredes, lajes, concreto. Não é incomum olharmos pela janela da vida e enxergar um quadro assim. Parece não haver nada para nós ali. Um beco sem saída.

O que nem sempre percebemos no Salmo 23 é que alguém nos faz deitar. Não somos nós que deitamos de vontade própria, pois somos incapazes até de enxergar os verdes pastos. Passaríamos direto por eles sem perceber. É o Pastor quem identifica o que é e o que não é um bom pasto para suas ovelhas. E então Ele as faz deitar.

Mas nem todos os pastos são aprazíveis. Tenho aprendido — será que tenho aprendido? — a enxergar Sua mão também nas dificuldades, nos paredões de concreto e becos sem saída. A razão de alguns desses quadros tão inóspitos nós provavelmente só vamos entender quando chegarmos no céu.

Outra passagem que me vem à memória é quando o povo israelita é libertado da escravidão, sai do Egito e, num certo ponto do caminho, Deus manda que voltem para acampar em um lugar onde ficarão presos, com uma montanha de cada lado, o mar na frente e o exército egípcio atrás.
Fala aos filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar. Êxodo 14:1, 2

O curioso é que eles já tinham passado por aquele lugar, mas Deus mandou que voltassem e acampassem ali. Na agenda de Deus havia um mar para ser aberto, o que não poderia acontecer se eles estivessem em um lugar diferente daquele.

Se o quadro em sua janela é de um beco, é hora de ouvir a voz de Deus e deixar Ele agir. Mas antes de agir, Ele quer que você fique quieto.
E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor. E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará. Êxodo 14:10-14

Todas as coisas... e voce!



O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas. Hebreus 1:3

Sabe o que chamou minha atenção neste quadro? As nuvens. O Pintor as pincelou no céu como se fossem grandes blocos compactos flutuando e desafiando a lei da gravidade. Na verdade elas desafiam mesmo, porque são toneladas de água simplesmente pairando sobre nossa cabeça como se fossem imensos balões, até serem transformadas em chuva.

Já pensou nisto? Toda aquela água que cai, toda aquela enxurrada que corre, está bem ali, pendurada por fios invisíveis e sustentada por Aquele que sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder.

Talvez você dê uma explicação lógica, talvez fale do vapor, de sua menor densidade etc e tal, mas Ele — é de Jesus que o versículo está falando — também sustenta o vapor em seu estado ou a água no seu. É que se não existisse essa sustentação, as coisas simplesmente não existiriam.

Eu explico. O que faz com que os átomos de meus dedos não penetrem no teclado enquanto digito? Esse poder de sustentação. A ciência já chegou fundo, mas até onde eu sei é uma incógnita que permanece: cada matéria mantém sua integridade, ainda que seja a mesma.

Portanto, da próxima vez que teclar, der a mão para alguém ou simplesmente olhar as nuvens pairando no céu, lembre-se de que Aquele que sustenta todas as coisas com a Palavra do Seu poder é o único que sustenta você também.

A boa parte



E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária. Lucas 10:41


Minha idéia era fotografar o avião, no canto superior direito, que fazia vôos rasantes sobre a cidade. Mas o Pintor colocou algo mais no quadro sem eu perceber. Foi só quando vi a foto é que reparei na pomba que se intrometeu voando para aparecer no centro do quadro.

Na verdade não foi a pomba a intrometida no espaço aéreo, mas o avião e seu piloto. Os ares pertencem aos pássaros, não ao homem. Mas o homem, com sua engenhosidade, aprendeu a voar cada vez mais alto, com asas maiores, porém menos geniais e perfeitas do que as das aves.

O edifício que invade o campo de visão também não foi algo que o homem tenha nascido sabendo fazer. Ele precisou aprender a construir, como fez com suas asas. Onde quero chegar? O homem precisou aprender a voar, os pássaros nasceram sabendo. Precisou aprender a construir, o João-de-Barro nasceu pedreiro.

Já reparou como Deus equipou suas criaturas com habilidades singulares, enquanto deixou o homem sem qualquer dispositivo para voar ou instinto para construir? Embora nos faltem tais habilidades naturais, Deus fez do homem o único com um espírito, capaz de ter comunhão com Deus.

Mas nos ocupamos com muitas coisas, voamos para o espaço, construímos metrópoles, inventamos coisas. Não há coisa alguma que o homem não seja capaz de fazer, exceto uma: se aproximar de Deus. Isto porque não depende de esforço humano, mas de Cristo: "Ninguém vem ao Pai senão por mim", disse Ele.

Do mesmo modo, há um milhão de coisas e atividades que podem ocupar nosso tempo, todas muito legítimas, mas só uma é necessária, aquela que o Senhor chamou de "a boa parte".

E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lucas 10:38-42

Sinistro



O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus. Deuteronômio 21:23


O quadro em minha janela é assustador. Mas sinto-me seguro, porque conheço o Pintor e sei que foi Ele quem pintou. Nuvens revoltas, escuras, assustadoras. Um quadro sinistro, porém infinitamente menos tenebroso do que a cena do Filho de Deus enfrentando as trevas do abandono de Deus na cruz. Dá para imaginar Ele sendo chamado ali de maldito?

Deus um dia precisou abandonar a Cristo para que morresse sozinho na cruz. Dá para imaginar? Não me pergunte como Jesus, sendo Deus, podia ser abandonado por Deus! Mas foi.

Daí o brado do Salmo 22, "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?". A resposta é clara: Deus não podia ter comunhão com os pecados que Jesus carregava sobre Si. Os meus e os de todos os que crêem nEle como Salvador.

Foi um momento singular. O mundo ficou imerso em trevas para que pudéssemos enxergar a luz. O sangue do Filho de Deus se esvaiu na morte para que pudéssemos ter vida eterna. Suas mãos e pés ficaram ali pregados para que pudéssemos ser libertos. Ele recebeu sobre o Seu corpo o castigo devido aos nossos pecados para que não recebêssemos juízo algum. Ele não foi poupado para que pudéssemos ser perdoados. Um morreu por todos para que muitos tivessem a salvação eterna.

Você tem? Se ouviu e creu, "não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." João 5:24 Agora não há o que temer, por mais sinistro que o céu possa parecer.

Liberdade


E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. João 8:32, 34

Fala-se tanto em liberdade hoje. Mas repare no quadro. Muros, cercas eletrificadas, grades na janela, câmeras de vigilância, seguranças armados, alarmes. Não é neste cenário que vivemos e não é assim que habitamos? Liberdade? Onde?

É engraçado como nos acostumamos rapidamente à falta de liberdade e a todos esses dispositivos de segurança. Aprendemos a viver trancados e nem nos lembramos de como era a vida sem grades nas janelas ou quando ninguém trancava o carro e alarme era um som desconhecido. Ficamos insensíveis como é insensível o mergulhador a toneladas de água sobre si. Ele está imerso nela, por isso não sente.

A Bíblia fala de liberdade, mas não da liberdade mais evidente que buscamos, de expressão, de ir e vir ou de nos vermos livres de ladrões. A Bíblia fala da libertação do pecado, que escraviza, mas cuja escravidão não é percebida justamente por vivermos imersos nele.
Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. 2 Pedro 2:19
Felizmente há um escape que é pelo conhecimento da Verdade. Mas o que é a Verdade? Pilatos fez a mesma pergunta e depois se virou de costas para Jesus. Deu as costas Àquele que disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" João 14:6.

Você crê que Jesus é a Verdade e que ninguém vai ao Pai senão por Ele? Se crê realmente em Jesus, crê em tudo o que Ele é e falou. Então você conhece a verdadeira liberdade dos filhos de Deus.

Mais um ano, menos um ano


“Ensina-nos a contar os nossos dias,
de tal maneira que alcancemos corações sábios.”
 Salmo 90:12
A pintura hoje em minha janela é das plantas e flores do jardim de meu prédio, que posso ver e fotografar do segundo andar. Decidi que hoje queria olhar para elas, pois flores nos falam de novidade de vida, o primeiro estágio antes dos frutos e das sementes multiplicadoras.
A razão é que hoje é meu aniversário. Há mais de meio século eu nascia pela primeira vez, mas foi só em 1978 que nasci de novo. Portanto, se já entrei no segundo século de vida natural, na vida espiritual sou vinte e três anos mais novo que eu mesmo. Mas a vida que realmente importa e vai durar eternamente é essa vida nova que recebi de Deus em Cristo.
A matemática é simples: quem nascer só uma vez pode esperar por duas mortes: a natural e a espiritual. Quem nascer duas vezes só enfrentará uma morte — a natural — ou até mesmo nenhuma se Jesus voltar antes. Portanto, a contagem dos anos e dias de quem foi salvo por Jesus é crescente para sua vida natural, cada vez mais longe do passado. Mas é uma contagem regressiva no que diz respeito à sua vida espiritual, cada vez mais perto de sua esperança futura. Por isso o apóstolo escreveu: “Porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.” (Romanos 13:11).  
Se cheguei até aqui — quero dizer, vivo, natural ou espiritualmente — foi só pela graça e misericórdia de Deus. Nos últimos anos vividos meu coração bateu mais de dois bilhões de vezes e respirei mais de quatrocentos milhões de vezes. Devo a Deus isso e tremo quando ouço alguém falar como ouvi um comentarista de rádio. Ao comentar os diferentes objetos de culto de diferentes religiões ele disse: “Eu, nem a Deus adoro”.
Pobre comentarista de rádio que não tem ninguém importante com quem se alegrar em seu aniversário. Comigo não é assim, pois o Pintor em minha janela, que é também o Criador dos céus e da terra, não se esqueceu de meu aniversário e enviou flores. Sim, o quadro de flores que chamou minha atenção hoje ao olhar para o jardim do prédio. Na verdade ele estava lá, bem debaixo de meu nariz há muito tempo, mas eu ainda não tinha percebido seus detalhes como percebi hoje.
Isso acontece. Nós nos acostumamos a olhar para o horizonte, na esperança de que o futuro traga algo novo para nos satisfazer, e nem nos damos conta de que o presente colocou aos nossos pés presentes que nem desembrulhamos ainda. Olhe ao seu redor e procure o presente que está debaixo de seu nariz. Você terá mais um motivo para agradecer a Deus. Olhou? Encontrou? Eu sabia que estava aí.
Os presentes, com os quais você já se acostumou de tanto conviver com eles, talvez sejam coisas pequenas como seu batimento cardíaco ou sua respiração. Ou um jardim de flores coloridas bem debaixo de seu nariz.
—— o ——

A nuvem



Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. Êxodo 33:15


Ontem esta nuvem pairava, majestosa, sobre o prédio onde moro. O Pintor em minha janela colocou a nuvem em um lugar onde eu não podia ver, mas podia fotografar com a câmera no braço esticado para fora. Logo me veio uma lembrança de uma outra nuvem.

Quando os israelitas peregrinavam pelo deserto a caminho da terra prometida, uma nuvem os acompanhava. Ou melhor, eles acompanhavam uma nuvem. Deus os havia tirado do Egito, da escravidão, e providenciara para que sobrevivessem à jornada de 11 dias pelo deserto, porém a jornada levou 40 anos em razão da incredulidade daquela geração.

Uma das providências de Deus foi colocar uma nuvem sobre o tabernáculo — a tenda onde Deus era adorado — como sinal de Sua presença ali. O povo vivia em um deserto abrasador literalmente no refrigério da sombra proporcionada por Deus. Eles só levantavam acampamento quando a nuvem se levantava e começava a se mover, e só paravam a viagem quando ela parava. À noite a nuvem era substituída por uma coluna de fogo.
"Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam." Números 9:17

Pensei em minha vida. Eu também fui tirado da escravidão do pecado e da perspectiva da morte e do juízo com a promessa de uma Canaã celestial. Porém, entre uma coisa e outra existe um deserto: este mundo. É assim que me sinto, é assim que cada cristão se sente, vivendo em um imenso deserto onde tudo conspira contra sua fé e seu Salvador. Porém há em todo o caminho a presença da nuvem, de Deus, dando refrigério e direção.

Meus problemas começam quando deixo de olhar para a nuvem e decido levantar acampamento ou agir de acordo com minha própria vontade. Meus problemas terminam quando me rendo à direção dada por Deus e não saio do lugar se Ele não indicar, ou não paro se Ele não parar.

Você segue a nuvem da presença de Deus ou está imerso na escuridão ou perdido na névoa das ilusões passageiras?

Ele descera como chuva


O coração do sábio discernirá o tempo e o juízo. Eclesiastes 8:5


A paisagem do quadro do Pintor em minha janela foi escondida por uma camada densa de chuva. Quase não dava para enxergar o horizonte e os prédios vizinhos ficaram imersos na cortina de água que despencava das nuvens. Na calçada lá embaixo algumas pessoas corriam em busca do abrigo que não tinham para a chuva que não previam.

Às vezes é fácil prever a chuva e se preparar, mas nem sempre acontece assim. As notícias da semana falam de mais de 1800 pessoas soterradas nas Filipinas por uma enxurrada de lama que cobriu uma cidade sem qualquer aviso. No Brasil mais de 30 mil pessoas estão desabrigadas por causa das enchentes no Acre. Algumas sabiam que iria acontecer, outras não.

A natureza é imprevisível e pode ser extremamente destrutiva. Mas existe outra enxurrada, de origem maligna, com um poder ainda maior de destruição. É só ler as outras páginas do jornal, aquelas dos homens-bomba, dos bebês mortos, dos crimes de colarinhos de todas as cores.

A humanidade vai de mal a pior. Isso já aconteceu antes e o mundo foi varrido pelas águas do dilúvio para um recomeço. Mas agora não haverá recomeço que possa ser deixado para depois. A hora é agora de entrar na Arca que Deus oferece: Jesus. Para aqueles que crêem e esperam por Ele, a chuva toma um aspecto diferente, nada ameaçador. "Ele descerá como chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que umedecem a terra." Salmos 72:6

Sao meus!



Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão. Gênesis 48:5


As nuvens no quadro que o Pintor em minha janela deixou são assustadoras. Carregadas, sisudas, têm um ar ameaçador. O que trarão? Ventos? Tempestades? Essa é a incógnita de quem olha para o céu e só vê um Deus carregado, sisudo e ameaçador. Você enxerga assim?

Apesar do ditado popular dizer que todos são filhos de Deus, o evangelho de João começa dizendo que filhos são apenas aqueles que recebem a Cristo. Os demais são criaturas de Deus. Essa mudança de posição — de criaturas para filhos — acontece quando alguém é adotado por Deus por intermédio de Cristo.

Estava lendo a história de José, filho de Jacó, e é incrível as semelhanças de sua vida com a vida de Jesus. José era o filho preferido de seu pai, se distinguia dos demais por uma túnica de muitas cores, foi rejeitado por seus irmãos, vendido por algumas moedas, lançado numa cova para morrer, mas acabou sendo elevado a vice-rei o Egito e salvou da fome e da morte não apenas seus irmãos como toda a família.

Enquanto estava no Egito, José desposou uma noiva gentia, que não pertencia a seu povo, e teve dois filhos, Manassés e Efraim. Estes filhos acabaram sendo adotados por Jacó e passaram a ter os mesmos privilégios dos outros filhos do patriarca. Do mesmo modo como cada cristão hoje, membro do corpo de Cristo que é também representada por uma noiva tomada dentre os gentios, é adotado como filho por Deus. Jacó diz daqueles seus novos filhos: "São meus!". Deus diz o mesmo dos que agora são Seus filhos.

E uma vez filho, o Novo Testamento diz que o Espírito Santo que vem habitar naquele que crê e permite que este chame a Deus de "Aba". A tradução não é apenas "Pai", mas "Papai". Você acha que Aquele, que hoje diz aos que crêem, "São meus!", e pode ser agora chamado de "Papai" é um Deus carrancudo como muitos O vêem? De jeito nenhum!

Luz nas casas



Mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações. Êxodo 10:23


Quando olhei pela janela, pensei que o Pintor não havia deixado um quadro para mim. Era madrugada e, além da lâmpada no poste de minha rua, as únicas luzes que podia ver eram nas janelas dos madrugadores. Foi quando percebi.

O quadro era exatamente aquele, a noite, a ausência de luz. Uma das grandes pragas derramadas sobre o Egito nos tempos retratados pelo livro de Êxodo era justamente a da escuridão. Trevas cobriram a terra e as pessoas não conseguiam enxergar umas às outras.

Trevas densas, que suprimiam todo tipo de luz, já que a Bíblia diz que os egípcios não saíam de seu lugar porque um não conseguia enxergar o outro. Era como se todos fossem capazes de enxergar as trevas espirituais que têm prevalecido sobre este mundo em toda a sua história.

As trevas que engolfaram o mundo e o homem a partir do Éden se manifestaram também, em outra ocasião, quando em pleno dia as trevas tomaram conta do mundo enquanto o Filho de Deus era crucificado. Não foi um eclipse de alguns minutos, mas três horas de trevas. Naquele momento Deus tratava com Jesus a questão de nossos pecados. Foi quando o Filho bradou: "Pai, por que me abandonaste?"

Ninguém viu o que Cristo passou na cruz naquelas três horas de trevas quando recebia o juízo de Deus pelos pecados de Suas criaturas. A luz não podia brilhar. O Filho de Deus, embora inocente, recebia sobre si toda a afronta dos homens contra Deus. Naquele momento Deus precisou deixá-Lo sozinho na cruz, por mim e por você.

Para aqueles que crêem, aquela foi a hora de sua libertação; a hora quando foram abertas as portas das masmorras onde o inimigo nos mantinha cativos. Para aqueles que não crêem, nada muda. As trevas permanecem, ainda que não possam vê-las ou senti-las, como não pode sentir o mergulhador sob toneladas de água pois está imerso nela.

Mas, assim como ocorreu naquele dia singular no Egito, os que hoje crêem têm luz.

Todas elas


O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus. Filipenses 4:19


Enquanto o Pintor em minha janela pintava um Sol de um novo dia na janela da frente, descobri que pintava também um quadro na janela dos fundos. Nele a Lua se despedia da noite e se preparava para ir embora. Era muito sugestivo vê-la assim, indo embora, pela janela dos fundos.

O cristão é como a Lua, não tem luz própria. Para brilhar ela depende do Sol. Sem este, ela não passa de um corpo sem brilho, estéril, frio e silencioso, que expõe cicatrizes das agressões sofridas ao longo dos anos. Cada cratera, cada vale, cada destroço marca um acontecimento em sua vida. Você se sente assim?

Mas quando vemos sua face refletindo a luz do Sol, a Lua é bela, inigualável em seu vestido cor de prata a inspirar os corações. Só quando reflete o Sol. Por que nos esquecemos tão facilmente disto? Por que achamos que podemos encontrar luz e calor fora de Jesus?

Às vezes me sinto como uma criança desnutrida. Sei que preciso de vitaminas, mas quero encontrá-las no saco de salgadinhos e no refrigerante, não na salada, nas frutas e legumes. Quero que seja do meu jeito.

Mas Deus fala que é em Cristo Jesus que Ele suprirá todas as minhas necessidades. Todo o resto pode parecer alimento por um breve tempo, mas não dura. Alimentar-se de Cristo - é nEle que a vida daquele que nasceu de novo encontra a satisfação de suas necessidades. Não de uma ou duas, mas de todas elas.

Mais que profeta



HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.


Hoje o Pintor deixou um quadro estranho, um quadro de trevas. Nada pode ser visto de sua obra e o pouco que poderia ser percebido está distorcido pelo vidro canelado de minha janela, uma lente que borra qualquer imagem, de dia ou de noite.

Este é o tempo em que vivemos: de trevas e de distorção da luz. As manchetes trazem todos os dias notícias de protestos e mortes em razão da publicação de cartoons e charges de Maomé, tido como profeta pelos muçulmanos, cuja religião proíbe sua representação na forma de desenho e ainda de uma maneira desonrosa.

Qual a resposta do ocidente, daqueles que receberam uma herança judaico-cristã? Alguns jornais e revistas decidiram publicar novamente os cartoons, porém, para mostrar que desfrutam de liberdade de expressão, publicam também cartoons e charges de Jesus. É como se dissessem: "Vejam, nós não respeitamos nada nem ninguém! Estamos brincando também com o líder máximo da religião cristã!"

A ofensa causada aos muçulmanos incitou à ira mais de um bilhão de seguidores daquela religião em todo o planeta. As conseqüências são atos de violência praticados por homens. Que conseqüências terão as zombarias feitas contra Jesus, o Filho de Deus?

Não estou falando de passeatas, bombas ou atos de violência praticados por homens. Não creio que a cristandade reaja da mesma forma quando vê Jesus sendo objeto de zombaria, porque está acostumada com isso que é praticado há séculos. É certo que ninguém sairá em defesa dele de armas em punho. Poucos talvez o façam de forma muito tímida, porque a zombaria se tornou habitual.

Mas será que os que zombam de Jesus sabem de quem estão zombando? "O resplendor da sua (de Deus) glória, e a expressa imagem da sua (de Deus) pessoa".

Será que eles sabem?



Então disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos. 2 Reis 7:9


Tinha acabado de chover e o Pintor em minha janela surpreendeu-me com um quadro magnífico, de tão imensa e bela que era sua tela. Precisei fotografar em duas partes para unir tudo aquilo que não cabia em minha pequena câmera.

A lenda diz que no fim do arco-íris há um pote de ouro. Pois bem, ali eu tinha as duas pontas, dois potes de ouro! É verdade que a cena toda não durou mais que uns cinco minutos, mas enquanto estava ali, na minha janela, eu me lembrei de uma história da Bíblia.

A cidade de Samaria estava sitiada pelo exército de Ben-Hadade, rei da Síria. As provisões da cidade se acabaram e a fome era tanta que crianças tinham sido mortas pela própria mãe para serem comidas. Porém Deus avisara o profeta Eliseu de que iria livrar a cidade, e fez isto colocando tamanho pavor no exército inimigo que os soldados fugiram do acampamento largando tudo para trás.

Porém, apenas quatro leprosos, que viviam fora da cidade, expulsos por seus moradores e intocados pelo inimigo por causa da doença, foram os únicos que descobriram o que acontecera durante a noite. Descobriram que o acampamento inimigo estava vazio, porém com toneladas de alimento para quem quisesse pegar. Era a salvação da cidade, mas será que eles sabiam disso?

A história continua com os leprosos avisando a população que acaba sendo salva pela provisão inesperada. Exceto um assessor do rei, que não acreditou na notícia e morreu antes de poder provar do alimento gratuito. Incrédulo, ao ser avisado, respondeu:

"Eis que ainda que o Senhor fizesse janelas no céu poderia isso suceder?"

Ficou parado no portão da cidade e acabou atropelado e pisoteado pela multidão faminta que corria em busca do alimento.

Provavelmente nenhum dos moradores dos dois prédios onde acabava aquele arco-íris sabiam que estavam sendo protagonistas de um mais belos espetáculos da natureza. Provavelmente muitas pessoas ainda não sabem que Deus abriu uma janela no céu e enviou o verdadeiro pote de ouro da salvação — JESUS.

Felizmente alguns leprosos — na Bíblia uma figura de pecadores assumidos — já descobriram isso e outros já estão sabendo. Mas será que eles acreditam?

Precioso



E assim para vós, os que credes, é preciosa. 1 Pedro 2:7


Não são todos que se importam com o Pintor em minha janela ou valorizam sua obra. Muita gente não o conhece ou o ignora. Também, o que pensar de um mundo que um dia participou de uma votação democrática e escolheu Barrabás?

Para realmente dar valor àquilo que o Pintor faz a cada dia, a cada minuto, é preciso conhecê-lo. Mas não apenas como uma figura histórica, mas como o Amado que a noiva do livro de cantares descreve, quando indagada acerca dele:

Que é o teu amado mais do que outro amado, ó tu, a mais formosa entre as mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, que tanto nos conjuras?

"O meu amado é branco e rosado; ele é o primeiro entre dez mil. A sua cabeça é como o ouro mais apurado, os seus cabelos são crespos, pretos como o corvo. Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste. As suas faces são como um canteiro de bálsamo, como flores perfumadas; os seus lábios são como lírios gotejando mirra com doce aroma. As suas mãos são como anéis de ouro engastados de berilo; o seu ventre como alvo marfim, coberto de safiras. As suas pernas como colunas de mármore colocadas sobre bases de ouro puro; o seu aspecto como o Líbano, excelente como os cedros. A sua boca é muitíssimo suave, sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém." Cantares 5:9-16

A descrição apresenta o Amado fazendo analogia às coisas mais belas, suaves e preciosas. Apenas a percepção que foi transformada pelo Pintor em minha janela pode realmente entender suas obras e apreciá-las. E, mais do que isso, apreciar o próprio artista. Então, os olhos são transportados da obra para seu autor e o valor maior é encontrado nele. E assim para vós, os que credes, ele é precioso.

Não temas


Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça... Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. Isaías 41:10; 2 Timóteo 1:7


Eram pouco mais de quatro horas da manhã quando vi que o Pintor em minha janela havia deixado um quadro ali. Minha câmera é um pouco mais do que uma webcam, portanto não podia esperar muito dela, principalmente para fotos no escuro. Mesmo assim ela flagrou o quadro do Pintor.

Não é assim que você se sente às vezes, como aquela pequena árvore solitária? Acho que solidão é um dos problemas de qualquer pessoa, principalmente por causa das preocupações que traz quando não se tem a quem recorrer. "E se eu adoecer?" "E se o dinheiro acabar?" "E se..."

Contei na www.bibliaonline.com.br e encontrei mais de sessenta vezes a expressão "não temas". Fiz então uma busca na versão em inglês da Bíblia para o verbo "to fear" e foram mais de 300 resultados. Não sei quem contou, mas li em algum lugar que "não temas", "não tenhas temor", "lança fora o temor" e expressões semelhantes ocorrem um total de 365 vezes na Bíblia. Dá uma para cada dia do ano.

É claro que isso pode variar de versão para versão, mas o certo é que Deus quis nos avisar de que Ele está no controle da vida daqueles que o temem, daqueles que sabem que nada — absolutamente nada — os separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus.

Com Tua mão, segura bem a minha,
Pois eu tão fraco sou, ó Salvador!
Que não me atrevo a dar nem um só passo
Sem Teu amparo, meu Jesus Senhor!

Com Tua mão, segura bem a minha,
E, pelo mundo, alegre seguirei:
Mesmo onde as sombras caem mais escuras
Teu rosto vendo, nada temerei.

("Com Tua mão segura" - Harpa Cristã)

Pequenino detalhe


Quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá. Salmo 27:10


Eu abria a janela da lavanderia de meu apartamento, olhando para o céu e tentando ver outro quadro majestoso do Pintor em minha janela, quando algo chamou minha atenção.

Bem na beirada de mármore havia uma pequena aranha. Muito pequena, do tamanho do zero do teclado de seu celular. Precisei ampliar a foto. Estava atenta aos meus movimentos e me esperou enquanto eu fui buscar minha câmera. Vaidosa? Acho que não.

O que chamou minha atenção foi seu tamanho, quase imperceptível. Lembrei-me de que já fui assim, desse tamanho. Já fui uma vida pequenina assim — mas vida — assim como você. Pintado no útero de minha mãe pelo mesmo Pintor que pintou aquela aranhinha em minha janela. E cuida dela.

Os jornais têm trazido uma sucessão de casos de mães que abandonam ou matam seus pequeninos, preciosos camafeus do Pintor. Não fala nada dos pais, como aconteceu com a mulher, só ela, que foi levada a Jesus após "flagrante adultério". Se era flagrante deviam levar também o homem, mas não.

O que os jornais mostram não é um surto de rejeição, mas apenas a revelação do que acontece todos os dia, após o interesse da imprensa ter sido despertado por uma mãe que colocou sua filha em um saco de lixo e a jogou num lago.

Outras mães têm rejeitado seus filhos todos os dias em todo o mundo. Alguns não são muito maiores do que a aranhinha que o Pintor em minha janela pintou. Outros teriam até condições de viver e sobreviver, mas por diversos motivos foram descartados.

Será que precisava ser assim? Por que não esperar em Deus? Aquele que pinta todos os dias um novo amanhecer já mostrou do que é capaz mesmo para as menores de suas criaturas nos momentos mais difíceis.

Veja como o casal Bill e Glória Gaither se expressaram a respeito, no nascimento de seu filho em 1971:

"Embora a história tenha mostrado que este mundo nunca foi muito estável, (...) parece que o nosso século tem sido especialmente um tempo de crise (...). Nosso mundo é um planeta cheio de injustiças, de perda de confiança nas pessoas e instituições. Assassinatos, tráfico de drogas e guerra monopolizam as manchetes. Foi em meio a estas incertezas que a certeza do senhorio do Cristo vivo inundou nossas mentes perturbadas. Ao nascer nosso bebezinho, com toda a confiança em um Cristo, vivo e soberano, foi possível pegar nosso filhinho nos braços, e escrever:

Porque Ele vive, posso crer no amanhã;
Porque Ele vive, temor não há.
Mas, eu bem sei, sim, eu sei,
Que minha vida está nas mãos de meu Senhor,
Que vivo está!"

("Porque Ele Vive" - Glória S. Gaither e William J. Gaither)

Porque Ele vive!



Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Mateus 23:13


Não, você não precisa ficar procurando por uma pombinha nesta foto, como aquela que o Pintor em minha janela colocou em seu último quadro. Tirando uma pequena porção do céu sem nuvens, nada mais há da obra do Pintor na tela.

Mas havia. A construção de tijolos que você vê ao fundo é um templo religioso construído nos últimos meses. Antes eu podia ver a linha do horizonte, o prédio da Santa Casa e, em um plano anterior, um cipreste bem alto apontando para o céu. Hoje não posso mais.

Eu costumava olhar para aquele cipreste, com a Santa Casa ao fundo, e lembrar que foi daquele hospital que meu pai partiu para o céu em janeiro de 1998. Em minha memória cipreste funcionava como uma seta indicando onde agora ele está e eu um dia estarei.

Infelizmente uma construção — um templo religioso — já não permite que eu veja o cipreste que apontava para o céu. Você já reparou que boa parte da história deste mundo traz a marca da religião e de como em diversos momentos ela obstruiu o caminho das pessoas para o céu, cegando seus olhos? Assim foi no tempo do Senhor Jesus com os fariseus, os líderes religiosos de então.

Enquanto escrevo o mundo entra em convulsão por causa de pessoas que feriram os sentimentos religiosos de outras — publicando cartoons de Maomé — e são agora ameaçadas com uma explosão de violência que já custou a vida de muitos.

Pessoas ofendem e são ofendidas, atacam e revidam, matam e morrem pela religião. Que diferença das reações do único Homem perfeito que pisou este chão! Seu único acesso de ira não foi contra pecadores, ladrões ou prostitutas, mas... contra os religiosos!

Enquanto isso, em nosso país muitas religiões têm obstruído o céu da vista de seus seguidores para fazê-los priorizar dinheiro, poder, sucesso nos negócios, e tantas outras coisas passageiras. Como se a medida de prosperidade espiritual fosse uma conta bancária ou carros importados na garagem.

Mas, voltando ao quadro que hoje não vejo mais em minha janela, a lembrança que o cipreste trazia tem raízes mais profundas em minha memória. Em 1978, após minha conversão, ganhei um calendário em inglês que trazia a reprodução de uma belíssima pintura na qual aparecia a representação da tumba onde Jesus fora sepultado. A grande pedra que servia de porta tinha sido rolada para o lado e a tumba no barranco estava vazia.

Sobre ela, ciprestes apontavam para um céu azul com grandes nuvens iluminadas tomando dois terços da tela. E no céu, o editor do calendário acrescentou em letras grandes: "Ele Vive!". Gostei tanto da imagem que coloquei-a em uma moldura na parede do quarto. Todas as manhãs aqueles ciprestes apontando para o céu e deixando para trás uma tumba vazia me ajudavam a lembrar que Cristo ressuscitou.

Porque Cristo vive, meu pai, que se converteu na década de oitenta, também irá ressuscitar. Eu também. E você?

Uma pincelada singela


Mas, se em sua mão não houver recursos para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos. Levítico 12:8


"Onde está a obra do Pintor em sua janela", você deve estar perguntando hoje. Está ali, bem na área destacada. Hoje o quadro do Pintor é quase totalmente tomado pela obra humana — um prédio, um poste e fios de alta tensão. O poder da raça humana depende dessas engenhosidades.

Mas, bem no topo do poste por onde passam uns 9 mil volts há uma pequena pincelada do Pintor, uma pombinha, como aquelas que foram oferecidas no templo em Jerusalém por José e Maria, pais de Jesus.

Naquele tempo, quando um menino nascia os pais o apresentavam no templo no oitavo dia e ofereciam um cordeiro ou dois pombinhos, caso fossem pobres. José e Maria ofereceram os pombinhos. "Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis" (2 Co 8:9).

O Senhor do Universo, o Criador e mantenedor de todas as coisas veio ao mundo na forma mais humilde, para que fôssemos ricos. Mas não ricos naquilo que irá passar junto com este mundo — os prédios, os postes e o poder da alta tensão —, mas co-herdeiros com Cristo das bênçãos reservadas nos céus.

Se você se sente como aquela pequena pombinha, frágil em meio à alta tensão desta vida, saiba que Jesus sabe o que é sentir-se assim. Aliás, só existe um lugar seguro naquele poste ali: bem ali, onde a pombinha está, delicadamente pincelada pelo Pintor que sabe onde colocar cada obra de sua criação.

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