Um buraco nas nuvens


Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 1 Ts 4:17
Parece que o Pintor pincelou um buraco nas nuvens, mas é o sol que está tentando encontrar uma fresta para chegar com seus raios à terra. Engraçado, o sol tentar entrar aqui quando tanta gente não vê a hora de sair!

Sim, aqueles que um dia aceitaram a Cristo como Salvador estão esperando por um evento que se dará entre nuvens. Pode ser hoje, pode ser amanhã, pode ser daqui a anos. Mas que será, será. O próprio apóstolo Paulo já se incluía entre os que esperavam participar desse evento quando escreveu: " Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos...".

Um dia eu tive o gostinho de sair por um buraco na nuvem. Espere, não foi nada transcendental ou místico. Eu tinha dezessete anos e estava pilotando um avião, um Paulistinha monomotor, quando passei por uma experiência inesquecível.

Há dias o sol não mostrava o ar de sua graça. Foram dias e dias nublados, cinzentos, com nuvens carrancudas velando o azul do céu. No máximo um chuvisco, nada de mais. Porém aquilo deprimia e é engraçado como nos esquecemos logo do brilho do sol, do azul do céu, das estrelas piscando. Parecia que o céu estava fechado para reforma, com aquele imenso tapume cinza vedando tudo.

Decolei com meu Paulistinha e subi até abaixo da camada de nuvens, que estava muito alta e plana como o teto de casa. De repente vi um rasgo, nada muito grande, e por ele uma nesga de azul espiando para mim. Quase que de impulso empurrei a manete à frente e puxei o manche enquanto o motor roncava perseguindo aquela partícula de azul. Passei pela fenda.


Se naquela época já existissem os videogames eu teria dito que passara de fase. Entrara num outro mundo. Acima de mim um céu anil sem fim parecia rebitado com um sol de voltar a face. E logo sob minhas asas, um imenso colchão de flocos brancos se estendia até perder de vista. Tão próximo que parecia possível pousar nele e rolar em seus flocos.

Logo precisei voltar à realidade nebulosa do dia-a-dia, mas nunca me esqueci daquela fresta por onde passei. Nem do que vi lá, acima das nuvens cinzentas de um mundo que suspira por luz. Um dia vou passar por ali outra vez, mas não sozinho. Tenho um encontro marcado nas nuvens para estar "sempre com o Senhor". Você vai estar lá?

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